Tratando o câncer de vias biliares com medicina de precisão

Os tratamentos contra o câncer biliar (colangiocarcinoma – CCA) avançaram significativamente nos últimos anos, graças à medicina de precisão.

Uma das maiores inovações é o uso de inibidores do receptor de fator de crescimento de fibroblastos 2 (FGFR2).

Este receptor está relacionado ao crescimento do tumor e, quando alterado geneticamente, pode ser um alvo eficaz para terapias inovadoras.

O que são os inibidores de FGFR2?

Os inibidores de FGFR2, como pemigatinibe, infigratinibe e futibatinibe, são medicamentos aprovados para tratar pacientes com colangiocarcinoma avançado que apresentam fusões ou rearranjos no gene FGFR2. Estudos mostraram que essas alterações estão presentes em cerca de 10 a 15% dos casos de CCA intra-hepático. Essas drogas são indicadas após falha no tratamento inicial, como a quimioterapia associada à imunoterapia.

Por que isso é importante?

Os tratamentos tradicionais para CCA avançado têm resultados limitados. Por exemplo, o uso de quimioterapia combinado com o imunoterápico durvalumabe melhora a sobrevida média para 12,8 meses. No entanto, inibidores de FGFR2 podem oferecer respostas mais duradouras e personalizadas para pacientes com alterações específicas nesse gene.

Resultados dos estudos clínicos:

– Pemigatinibe: Demonstrou uma taxa de controle da doença (DCR) de 82% e uma sobrevida mediana de 21,1 meses em pacientes com fusões de FGFR2.

 

– Infigratinibe: Obteve uma DCR de 75,4%, com mediana de progressão livre de 5,8 meses.
– Futibatinibe: Mostrou uma taxa de resposta objetiva (ORR) de 41,7%, com duração mediana de resposta de 9,5 meses.

Desafios

Apesar dos avanços, ainda há desafios, como os efeitos colaterais (ex.: hiperfosfatemia, fadiga e alterações no fígado) e a resistência ao tratamento ao longo do tempo.
 
A utilização de sequenciamento genético de última geração e DNA tumoral circulante pode ajudar a entender melhor esses mecanismos e guiar o desenvolvimento de novos tratamentos. A incorporação de inibidores de FGFR2 nas diretrizes internacionais reflete um importante avanço na medicina de precisão.
 
Esses medicamentos representam uma boa oportunidade para pacientes que, anteriormente, tinham poucas opções. Continuar investindo em pesquisas e testes clínicos será importante para melhorar ainda mais os resultados.

🧬 Baseado no artigo científico escrito por mim e por Mitesh J. Borad.
 
 
 
 
 
 
 
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